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EXCLUSIVO: Lumina prepara fundo global de US$ 1,1 bilhão https://braziljournal.com/exclusivo-lumina-prepara-fundo-global-de-us-11-bilhao/

Mon, 06 May 2024 16:54:18 +0000 https://braziljournal.com/?p=71739 A Lumina Capital Management começou conversas com investidores institucionais nos Estados Unidos para levantar seu segundo fundo. Investidores a par do assunto disseram ao Brazil Journal que a gestora de Daniel Goldberg pretende levantar um novo veículo de US$ 1,1 bilhão para investimentos em ativos líquidos e ilíquidos. Mas diferentemente do que fez em sua […]

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]]> A Lumina Capital Management começou conversas com investidores institucionais nos Estados Unidos para levantar seu segundo fundo.

Investidores a par do assunto disseram ao Brazil Journal que a gestora de Daniel Goldberg pretende levantar um novo veículo de US$ 1,1 bilhão para investimentos em ativos líquidos e ilíquidos.

Mas diferentemente do que fez em sua estreia há dois anos, desta vez a gestora não pretende abrir um veículo onshore para investimentos no Brasil.

Daniel GoldbergO mandato do novo fundo será global – enquanto o fundo offshore anterior tinha um mandato apenas de América Latina – e deve ter como principais estratégias financiamentos de M&A, empréstimos DIP e empréstimos-ponte, bem como crédito e preferred equity.

Goldberg tem dito a investidores que, agora que o capital disponível para private equity ficou escasso na América Latina, o novo fundo provavelmente terá exposição a essa estratégia. Da mesma forma, o longo período de fechamento do mercado de IPOs tem criado oportunidades de investimentos “pre-IPO” interessantes.

No início de 2022, a Lumina levantou um fundo offshore de US$ 700 milhões focado na América Latina e um veículo onshore de cerca de R$ 2 bilhões focado apenas no Brasil.

Segundo um investidor do fundo global, o retorno bruto do fundo – que já foi praticamente todo investido – está em torno de 20% em dólares ao ano.

Alguns investimentos do primeiro fundo offshore se tornaram públicos: uma posição em dívida soberana da Argentina, uma injeção de equity preferencial na Elfa – a distribuidora farmacêutica controlada pelo Pátria – e, mais recentemente, um investimento em crédito estruturado para financiar um projeto de infraestrutura no Panamá.

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BofA rebaixa Viveo para ‘venda’; vê necessidade de injeção de liquidez https://braziljournal.com/bofa-rebaixa-viveo-para-venda-ve-necessidade-de-injecao-de-liquidez/ Mon, 06 May 2024 14:21:38 +0000 https://braziljournal.com/?p=71766 O Bank of America acaba de rebaixar sua recomendação para a Viveo de ‘neutro’ para ‘venda’, dizendo que a alta queima de caixa da distribuidora de insumos médicos pode levar a algum “evento de liquidez”, como um aumento de capital. A ação da companhia desabou 17% com a notícia, em um dia de alta do […]

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O Bank of America acaba de rebaixar sua recomendação para a Viveo de ‘neutro’ para ‘venda’, dizendo que a alta queima de caixa da distribuidora de insumos médicos pode levar a algum “evento de liquidez”, como um aumento de capital.

A ação da companhia desabou 17% com a notícia, em um dia de alta do Ibovespa.

O analista Fred Mendes disse que a tese da Viveo deteriorou muito, já que a alta alavancagem — de 3,2x EBITDA, considerando M&As — tem impactado os resultados operacionais dadas as margens baixas e a alta necessidade de capital de giro.

O banco disse que o setor de hospitais continua sob pressão e que as distribuidoras são “o elo fraco da cadeia,” o que deve limitar as melhoras no capital de giro este ano.

Nesse cenário, Mendes espera resultados fracos no primeiro tri, o que o fez rebaixar sua estimativa para o lucro de 2024 para R$ 200 milhões. Com a queda de 30% na estimativa para o lucro, o BofA agora está 45% abaixo do consenso Bloomberg.

“A concorrência em produtos complexos está aumentando, e os hospitais estão mais seletivos em termos de preços de materiais e medicamentos, colocando pressão em toda a cadeia,” escreveu Mendes. “Isso tem se refletido em margens pressionadas para a Viveo.”

No quarto trimestre, a margem bruta da Viveo caiu 1 ponto percentual na comparação anual, uma compressão que segundo o banco continuará acontecendo este ano.

“Como resultado, estamos reduzindo nossa estimativa para a margem EBITDA para 6,8% em 2024 e 7% no longo prazo, uma redução de 100 basis points em comparação com nossa estimativa anterior,” escreveu o banco.

Para Mendes, esse cenário — somado à necessidade de caixa da companhia para pagar dívidas, M&As e dividendos — gera um risco da Viveo continuar queimando caixa e potencialmente precisar de um evento de liquidez, como um aumento de capital.

“Vemos a companhia com R$ 1 bilhão em caixa depois do primeiro tri, enquanto ela queimou R$ 1,6 bilhão no ano passado, levando a uma alavancagem de 3,2x EBITDA, com os M&As,” escreveu o analista.

“Do lado positivo, a Viveo tem feito um bom trabalho em temos de emissão de dívidas (debêntures) a um custo baixo de CDI + 1,6%, ainda que no mercado secundário sua dívida já seja precificada a CDI + 4%.”

O BofA disse ainda que, apesar da Viveo estar negociando em linha com seu histórico, a 8x o lucro estimado para este ano, “os riscos operacionais maiores nos levaram a uma visão mais cautelosa do papel.”

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Ambipar nomeia dois novos conselheiros independentes – que agora são 5×2 https://braziljournal.com/ambipar-nomeia-dois-novos-conselheiros-independentes-que-agora-sao-5×2/ Mon, 06 May 2024 02:40:32 +0000 https://braziljournal.com/?p=71736 A Ambipar acaba de anunciar a nomeação de dois novos conselheiros independentes – expandindo seu board para sete membros, dos quais apenas dois agora são ligados ao controlador. Os indicados são Victor Almeida, um sócio do Opportunity que já é conselheiro da Ambipar Response, e Felipe Dias, o sócio da Visagio que também é board […]

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A Ambipar acaba de anunciar a nomeação de dois novos conselheiros independentes – expandindo seu board para sete membros, dos quais apenas dois agora são ligados ao controlador.

Os indicados são Victor Almeida, um sócio do Opportunity que já é conselheiro da Ambipar Response, e Felipe Dias, o sócio da Visagio que também é board member da Eletrobras e da PRIO.

O movimento fortalece a governança da companhia num momento em que a ação negocia perto da mínima histórica depois do crescimento acelerado dos últimos anos.

“O Victor vai ajudar ainda mais a gente na parte de alocação de capital e disciplina financeira,” Carlos Piani, o chairman da Ambipar, disse ao Brazil Journal. “Ele já tem atuado no conselho da Response, onde o Opportunity é investidor, e estamos muito satisfeitos com a atuação dele.”

Já Felipe “tem uma experiência forte no operacional. Ele vai ajudar muito na eficiência de processos do centro de serviços compartilhados.”

Além do CEO Tércio Borlenghi Júnior e do próprio Piani, permanecem os conselheiros Alessandra Melo, a diretora jurídica da Ambipar; José Carlos de Souza, um diretor da Aunde Brasil, uma indústria têxtil; e Marcos Peccin, um consultor de empresas independente.

Para Piani, a vinda dos dois novos conselheiros mostra que a Ambipar “cresceu muito e precisa de novas pessoas para o momento atual.”

As nomeações acontecem seis meses depois da Ambipar levantar mais de R$ 700 milhões num follow-on em que Tércio colocou R$ 560 milhões — e dois meses depois da companhia ter levantado o maior green bond corporativo do Brasil, colocando outros US$ 750 milhões no caixa.

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Previdência continua insustentável, diz economista citado por Haddad https://braziljournal.com/previdencia-continua-insustentavel-diz-economista-citado-por-haddad/ Mon, 06 May 2024 02:39:44 +0000 https://braziljournal.com/?p=71747 “Recomendo este artigo de Bráulio Borges, economista da FGV, sobre a dinâmica recente das contas públicas,” tuitou Fernando Haddad na quinta-feira passada. Abaixo do comentário, o ministro postou o link para o texto A mudança das metas e o desafio da sustentabilidade fiscal brasileira, publicado por Bráulio no site do Observatório de Política Fiscal do […]

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“Recomendo este artigo de Bráulio Borges, economista da FGV, sobre a dinâmica recente das contas públicas,” tuitou Fernando Haddad na quinta-feira passada.

Braulio Borges ok

Abaixo do comentário, o ministro postou o link para o texto A mudança das metas e o desafio da sustentabilidade fiscal brasileira, publicado por Bráulio no site do Observatório de Política Fiscal do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas.

A sugestão de leitura provocou um pequeno alvoroço na Faria Lima. Haddad ganhou elogios do mercado e ataques da esquerda raiz.

Tudo porque, entre diversos pontos analisados no artigo, Bráulio afirma que, com relação aos gastos previdenciários, “um elemento crucial para conter a sua expansão seria a desvinculação do piso previdenciário (e mesmo de outros benefícios assistenciais) do salário mínimo nacional.”

Foi esse trecho que causou mais barulho. Na interpretação de alguns analistas, Haddad estaria sinalizando a disposição de comprar a briga política para extinguir a vinculação dos valores – um quase tabu para os petistas.

Essa indexação automática representa uma das maiores causas do desequilíbrio nas contas do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), o sistema previdenciário dos trabalhadores da iniciativa privada. Os aumentos reais do salário mínimo – uma política retomada pelo atual governo – aprofundam o desequilíbrio nas contas públicas.

“A despesa previdenciária já consome quase metade do total da despesa da União e não é totalmente financiada,” Bráulio disse ao Brazil Journal.

Economista da LCA e pesquisador associado do Ibre/FGV, Bráulio mostra no artigo que os benefícios previdenciários foram os principais responsáveis pelo aumento nas despesas do governo federal nas últimas décadas. Se eles forem excluídos do cálculo, os gastos estão em níveis semelhantes ao que eram em 1988, quando a nova Constituição criou a vinculação.

Na entrevista a seguir, Bráulio comenta a necessidade de reverter o déficit primário, critica as flexibilizações do novo arcabouço fiscal e explica por que os benefícios previdenciários não deveriam seguir os reajustes do mínimo – apesar de não acreditar que existam condições políticas para colocar essa reforma em pauta no momento.

O que o motivou a escrever o artigo recomendado pelo ministro?

O ponto de partida foi a decisão do governo no envio do PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) ao Congresso de revisar para baixo as metas fiscais para 2025 e 2026. Considerei que foi negativo. A conta é simples. O Brasil precisa de um superávit primário de pelo menos 1%, 1,5% do PIB todos os anos para estabilizar a dívida pública. Quanto mais tempo a gente ficar abaixo disso, mais a nossa dívida vai crescer e por mais tempo. E aí a questão é, a nossa dívida hoje é alta ou é baixa? Nossa dívida é alta.

Tem muita gente que diz que não é tão alta assim, que isso é terrorismo fiscal.

Tem várias discussões sobre nível da dívida, se tem um determinado nível a partir do qual isso é ruim para o país. Vou usar um argumento mais direto.

O Brasil perdeu o grau de investimento lá em 2015. Os países emergentes que estão ali no primeiro nível do grau de investimento têm uma dívida pública de 55%, 60%. O Brasil está com uma dívida pública de 80%. Se algum dia quisermos voltar a ser grau de investimento, precisamos controlar a dívida.

Ser grau de investimento tem várias vantagens; por exemplo, podemos nos financiar vendendo título público para fundo de pensão internacional. Ter o selo de bom pagador tem implicações positivas, efetivas. Se a gente quiser voltar a ter grau de investimento, a nossa dívida pública precisa cair para pelo menos uns 60% do PIB. Só que para cair primeiro ela tem que parar de subir.

Ela vem subindo – praticamente sem parar – desde 2015. Hoje está perto de 80% do PIB, ou seja, cada vez mais distante de 55%, de 60%. Daí a necessidade de gerar um superávit primário que pelo menos num primeiro momento estabilize a dívida, para num segundo momento, gradativamente – não sou defensor de terapia de choque, terapia de choque pode ser até contraproducente – num segundo momento gerar uma trajetória de queda gradativa da dívida.

Não é só por causa do grau de investimento. Se vier uma crise e o Brasil precisar fazer política fiscal anticíclica, como foi o caso da covid, países que têm níveis de dívida mais baixos, naturalmente, têm um espaço fiscal maior. Construir esse buffer anticíclico é também uma justificativa para ter uma dívida pública baixa em bons momentos.

Portanto, há uma necessidade de consolidação fiscal. O que é isso, em bom português? A gente precisa sair de um déficit de 1% do PIB e obter um superávit de pelo menos 1% do PIB. São 2 pontos percentuais do PIB.

Havia uma consciência dentro da equipe econômica lá em março do ano passado que a gente precisaria chegar num superávit primário de 1% do PIB pelo menos para conseguir estabilizar a dívida pública e com isso almejar, por exemplo, reconquistar o grau de investimento.

Mas houve aumento de gastos, com a PEC da Transição e o aumento do gasto com o Bolsa Família.

Qual foi o impacto nas contas?

O pior do gasto com o Bolsa Família é que aumentamos uma despesa permanente sem a devida compensação. A Lei de Responsabilidade Fiscal está sendo atropelada no Brasil.

O artigo 14 da LRF diz que a gente não pode aumentar um gasto permanente ou gerar uma renúncia de receita permanente sem a devida compensação, para não gerar um impacto na sustentabilidade fiscal. A gente tem feito isso com frequência – e o Congresso também, à revelia do Executivo.

No caso recente, foi até justificável ampliar a rede de proteção por causa da covid. Teve um efeito importante de redução da extrema pobreza. Só que precisa de financiamento perene para isso. O gasto com o Bolsa Família era de 0,4% do PIB ao ano e passou a ser 1,5% do PIB.

Precisamos cortar outros gastos ou aumentar a receita. Isso não foi feito pela PEC da Transição. A PEC da Transição aumentou o gasto e falou, ‘Depois eu procuro a receita.’ Aí começou essa agenda de buscar receitas, de consolidação fiscal toda pelo lado da receita.

Essa estratégia deu com os burros n’água, porque o governo até conseguiu aprovar muita coisa, mas aí vem o Congresso e prorroga o Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), a desoneração da folha vai ser prorrogada e ampliada para estados e municípios, e aí vem a PEC do Quinquênio. É enxugar gelo.

A carga de cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal fica estritamente sobre o Executivo, que precisa ficar o tempo todo apagando essas pautas-bombas que vêm do Legislativo e às vezes até do Judiciário.

Como fica a viabilidade do arcabouço fiscal?

O arcabouço colocou um limite – alto, na minha opinião – de crescer as despesas em 2,5% ao ano, para um PIB potencial de 2%.

O problema é que nem todas as despesas crescem no máximo 2,5%. A Previdência cresce acima disso, ainda mais com a política de valorização do salário mínimo.

Os gastos mínimos de saúde e educação voltaram a ser vinculados às receitas. Então, se o governo está aumentando a carga tributária, automaticamente as despesas com saúde e educação crescem. Mas não é bom gastar mais em saúde e educação? É bom, mas precisa de critério.

Na prática, a regra de gastos aprovada no ano passado não limitou todos os gastos. Limitou o gasto global, mas tem várias despesas ali dentro com pesos grandes, com impacto grande na despesa total, sem limite. É o caso da despesa previdenciária.

O próprio Tesouro Nacional apontou que com o arcabouço fiscal as despesas discricionárias, que é onde estão os investimentos, tendem a zero.

Por isso comento no artigo que, à luz da literatura empírica, os ajustes bem-sucedidos são compostos de mais ou menos metade de redução das despesas e metade de aumento da carga tributária.

O Brasil parece que insistiu nos extremos. Primeiro com o teto de gasto anterior, que era só despesa, e agora com essa estratégia mais recente de olhar só para receita. Precisamos reavaliar isso.

A despesa previdenciária já consome quase metade do total da despesa da União e não é totalmente financiada. O déficit do RGPS (Regime Geral de Previdência Social) beira 3% do PIB.

Esse é o ponto que mais repercutiu de seu artigo, quando fala da necessidade de desvincular os benefícios previdenciários e sociais do salário mínimo. Qual a chance de o governo levar adiante essa discussão?

Politicamente, acho impossível nos próximos anos. Primeiro, é um governo mais de esquerda. Segundo, já estamos nos aproximando da próxima eleição. Já passamos o período inicial quando o novo governo tem mais capital político.

Mas muitos analistas dizem que apenas um governo de esquerda, do PT, poderia enfrentar uma agenda como essa.

Acho que um governo de esquerda em começo de mandato. Pesa o cálculo político, seja no governo de esquerda ou direita, quando começa a entrar o ciclo da política eleitoral.

Só um governo de esquerda e em começo de mandato teria um pouco mais de capacidade de aprovar uma ampla reforma da Previdência, envolvendo, inclusive, fazer essas discussões delicadas de vinculação do piso previdenciário a salário mínimo.

O salário mínimo deve sim ser reajustado para refletir a produtividade, não tem que ficar congelado. O mínimo tem uma importância enorme no mercado de trabalho, onde o poder de barganha fica muitas vezes mais do lado dos empregadores do que dos empregados.

Mas salário mínimo é uma variável para regular o mercado de trabalho. Para aqueles que já estão aposentados, são pensionistas, o salário mínimo não deveria ter reajuste real de valor.

Obviamente, esse é um tema altamente impopular, particularmente do ponto de vista do pessoal mais à esquerda. Em meio às repercussões do tuíte do ministro Haddad, já até me chamaram de assassino de velhinhas.

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‘O que importa é o líquido!’ A campanha da Catena Zapata por garrafas mais leves https://braziljournal.com/o-que-importa-e-o-liquido-a-campanha-da-catena-zapata-por-garrafas-mais-leves/ Sun, 05 May 2024 02:03:57 +0000 https://braziljournal.com/?p=71668 Antes mesmo de a rolha ser sacada, os vinhos estrelados impressionam pela espessura e o peso de suas garrafas – algumas com mais de 1 quilo. O vinho continuará o mesmo, mas a partir de agora os apreciadores da mais conhecida vinícola de Mendoza terão de se acostumar com garrafas mais leves. Para o bem […]

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Antes mesmo de a rolha ser sacada, os vinhos estrelados impressionam pela espessura e o peso de suas garrafas – algumas com mais de 1 quilo.

O vinho continuará o mesmo, mas a partir de agora os apreciadores da mais conhecida vinícola de Mendoza terão de se acostumar com garrafas mais leves.

Para o bem do meio ambiente, a Catena Zapata decidiu reduzir o peso de suas garrafas – e outros produtores de vinhos nobres já estão fazendo o mesmo.

As garrafas dos High Mountain Vines Malbec e Cabernet Sauvignon, que hoje pesam 700 gramas, ficarão com meio quilo – uma redução de 28%.

Laura Catena ok

Na média, de acordo com a vinícola, suas garrafas pesavam 416 gramas. Algumas agora passarão a pesar 380 gramas.

A substituição deverá reduzir a emissão de carbono em 21%, mas o impacto será ainda maior quando consideradas as emissões com transporte.

A cada ano, haverá uma diminuição de 1.200 toneladas de vidro – e os fornecedores estão trabalhando para que a qualidade não seja afetada.

O Catena Appellation Vista Flores 2022 está chegando ao mercado em uma garrafa de 380 gramas, praticamente metade do peso da anterior.

A tradição de garrafas mais grossas – com o vidro mais espesso – começou por volta dos anos 90 como uma estratégia de marketing de algumas vinícolas para mostrar ao consumidor que seu produto era “ultra premium”.

(Curiosamente, os produtores dos grandes vinhos do mundo, como o Romanée-Conti ou o Château Margaux, nunca mexeram em suas garrafas.)

Agora, a indústria está voltando atrás – e a Catena Zapata quer educar os clientes sobre a novidade.

“É para divulgar a mensagem de que o importante é o líquido dentro da garrafa, e não a embalagem,” Laura Catena disse ao site SevenFifty Daily, dedicado à indústria da bebida. “Se mais pessoas começarem a falar dos benefícios de reduzir o peso das garrafas, os consumidores vão preferir garrafas mais leves. Então precisamos convencer os amantes dos vinhos.”

Filha de Nicolás Catena Zapata e membro da quarta geração da família, Laura é a grande entusiasta de deixar para trás a tradição dos garrafões. Para ela, “diminuir o peso da garrafa é a ação mais efetiva que podemos assumir para reduzir a pegada de carbono da indústria do vinho.”

A vinícola, de quebra, vai gastar menos com o frete internacional. De todos os vinhos produzidos pela Catena Zapata, 97% deles estarão em garrafas com menos de 510 gramas.

Boa notícia para os turistas brasileiros, que poderão sair do país vizinho carregando malas menos pesadas.

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OPINIÃO. Empreender sem enlouquecer: não precisamos ser heróis https://braziljournal.com/opiniao-empreender-sem-enlouquecer-nao-precisamos-ser-herois/ Sun, 05 May 2024 02:03:55 +0000 https://braziljournal.com/?p=71680 Eu estava voltando para casa em Nova York, depois de uma viagem a trabalho em Sidney. Na época, eu tinha dois filhos com menos de dois anos, Amelie e Benjamin, e trabalhava como executiva em uma agência de publicidade enquanto tirava minha terceira startup do papel. Até aqui a história parece bem glamourosa; todos ao […]

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Eu estava voltando para casa em Nova York, depois de uma viagem a trabalho em Sidney. Na época, eu tinha dois filhos com menos de dois anos, Amelie e Benjamin, e trabalhava como executiva em uma agência de publicidade enquanto tirava minha terceira startup do papel.

Até aqui a história parece bem glamourosa; todos ao meu redor achavam isso.

Na volta da viagem, uma colega comentou, “Não sei como você faz tudo isso com dois bebês.” Lembro que quando entrei em casa aquela noite, meus filhos me receberam com pulos e gritos. “Mainha! Mainha!”. Naquele instante eu só conseguia pensar, “Não sei como faria tudo isso sem eles.”

Eu adorava contar essa história em conferências e eventos porque me ajudava a construir a imagem de uma empreendedora-heroína, uma mulher cabra da peste que segurava o rojão e me realizava não apesar, mas por conta da pressão.

Apesar de a história ser real, a personagem que eu interpretava era uma grande mentira.

A verdade é que esse momento da minha vida foi uma saga dura e cheia de percalços. Por fora, uma empreendedora estóica. Por dentro, um bagaço de cana.

Problemas de caixa nos forçaram a vender a startup a uma empresa da Bolsa que eventualmente descontinuou praticamente tudo o que tínhamos construído. A sensação era de estar vendendo o meu bebê por não poder alimentá-lo, junto ao medo de que os novos pais não o dessem de comer.

Depois de assinar o contrato, desmoronei.

Ansiedade e ataques de pânico passaram a ser companheiros frequentes. Levei anos de reflexão, terapia e completa reengenharia de vida para chegar a um ponto em que eu pudesse me sentir genuinamente realizada.

Sei que não sou a única.

No estudo “Saúde e Performance de Empreendedoras e Empreendedores de Alto Impacto”, a Endeavor Brasil entrevistou 118 fundadores e descobriu que, enquanto lidar com emoções difíceis é uma constante na jornada empreendedora, 75% se sentem pressionados pela expectativa de outras pessoas e 54% ainda consideram falar sobre saúde mental um tabu no ecossistema.

Trata-se de um fenômeno mundial. Um relatório da UCSF e UC Berkeley mostra que 72% dos empreendedores entrevistados reportaram preocupações com a saúde mental, um índice muito maior do que a população geral.

Alguns anos atrás, Linda Rottenberg, a co-fundadora e CEO da Endeavor, abriu o jogo sobre um momento pessoal e profundo. Seu marido foi diagnosticado com um câncer agressivo nos ossos, enquanto ela criava filhas gêmeas de três anos e ainda expandia a Endeavor para outros países.

O peso emocional era tanto que um dia Linda decidiu compartilhar a situação com o time. A reação foi melhor do que ela esperava: “Agora que a gente sabe que você é uma pessoa real, a gente vai com você para onde quiser.” Compartilhando essa experiência em um evento, Linda resumiu: “Seja menos super, e mais humano.”

Existe uma percepção coletiva de que empreendedores são de alguma forma agraciados com superpoderes capazes de torná-los imunes ao colapso emocional — como se resiliência e autoconfiança não tivessem prazo de validade.

Quem empreende certamente cresceu ouvindo o mantra de “fake it until you make it”. Sim, precisamos projetar confiança no que estamos construindo para atrair parceiros, talentos, investidores e nossas próprias famílias. Além disso, sim, somos moldados pela nossa própria narrativa — as histórias que contamos a nós mesmos servem como fonte preciosa de resiliência em momentos de tormenta. Bebi dessa água pseudo benta.

A questão é que, mais comumente do que imaginamos, por trás da cortina de resiliência crescem sentimentos de insegurança e ansiedade, adicionando uma camada espessa de stress à jornada.

Ao operar no modo “fingir até conseguir,” mantemo-nos reféns de uma versão inatingível de nós mesmos. E sorrateiramente nosso suposto superpoder vai se transformando em kryptonita.

Vestir a armadura e fingir que a atual crise é só mais uma terça-feira pode ter prejuízos reais. O mesmo relatório da Endeavor Brasil revelou que 70% dos fundadores se sentem solitários durante a jornada e 62% sentem que estão sacrificando a vida presente para o sucesso futuro.

Então, por que tão poucos de nós estamos dispostos a abrir o jogo sobre nossos desafios emocionais?

Ano passado, em um evento exclusivo para empreendedores Endeavor, convidamos alguns dos fundadores mais experientes a compartilhar suas histórias, e um empreendedor serial capturou com exatidão o paradoxo vivido por quem empreende.

Com toda certeza nos faria bem falar mais sobre o assunto e compartilhar nossas experiências com quem também passa por isso, mas investidores veem vulnerabilidade como sinal de fraqueza, disse o empreendedor. Admitir isso, disse ele, é como sangrar em um tanque de tubarões.

Essa conversa nos fez refletir. Apesar de não podermos mudar o pensamento de todo o ecossistema do dia para a noite, podemos ajudar a reescrever a narrativa de saúde mental para quem empreende.

Já que praticamente todo empreendedor vai enfrentar desafios emocionais em algum ponto da jornada, apoiá-los é essencialmente gestão de portfólio. Mesmo que alguns investidores se preocupem apenas com os resultados gerados, ignorar o problema pode ter consequências desastrosas para qualquer negócio.

O relatório do Brasil nos mostrou que empreendedores mais experientes estão mais dispostos do que os mais jovens a conversar sobre seus desafios com seus sócios, seu time e investidores. Talvez não seja uma coincidência que eles são também aqueles com menor nível de stress. Enquanto apenas 48% dos entrevistados com mais de 10 anos de experiência reportaram se sentir estressados na jornada, esse número sobe para 69% entre aqueles que estão empreendendo há menos de cinco anos.

Essa é a principal razão pela qual, na Endeavor, facilitamos círculos de troca na nossa comunidade. Esse é um espaço seguro e fechado em que empreendedores podem falar sem rodeios ou receios sobre a realidade de escalar uma scale up, desde a pressão de um valuation mais alto até a depressão que vem após a venda conhecida como “post-exit blues”. Dito isso, sabemos que há muito mais a ser feito.

Começamos recentemente a criar um projeto de conteúdo com empreendedoras e empreendedores reconhecidos e admirados da nossa comunidade para humanizar a jornada empreendedora. Compartilhando publicamente como eles lidaram com suas próprias emoções e encontraram o próprio caminho de equilíbrio, nós abrimos uma roda de conversa. Nosso objetivo é criar espaço para um debate tão honesto sobre saúde mental que normalize o simples ato de tirar a armadura para quem já está na água há bastante tempo e para quem acabou de entrar. Afinal, a vulnerabilidade alimenta nossa capacidade de conexão, e a conexão alimenta nossa coragem.

Juntos, podemos reescrever a narrativa em torno da saúde mental de quem empreende. Está na hora de remover a armadura!

Silvia Cavalcanti é CMO global da Endeavor.

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Quando o assunto é reflorestar, nem um Moreira Salles consegue uma carta fiança https://braziljournal.com/quando-o-assunto-e-reflorestar-nem-um-moreira-salles-consegue-uma-carta-fianca/ Sun, 05 May 2024 02:03:50 +0000 https://braziljournal.com/?p=71686 Quando uma empresa que recupera florestas e tem como sócios Armínio Fraga, Guilherme Leal e a família Moreira Salles não consegue uma carta fiança para liberar um empréstimo que já está aprovado pelo BNDES, tem algo errado no mundo do ESG. É isso que está acontecendo com a re.green, uma das pioneiras em restauração florestal […]

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Quando uma empresa que recupera florestas e tem como sócios Armínio Fraga, Guilherme Leal e a família Moreira Salles não consegue uma carta fiança para liberar um empréstimo que já está aprovado pelo BNDES, tem algo errado no mundo do ESG.

É isso que está acontecendo com a re.green, uma das pioneiras em restauração florestal no País e que no início do ano teve um empréstimo de R$ 187 milhões aprovado pelo BNDES, com um custo de 7% ao ano – uma taxa de fazer inveja.

thumbnail Ana Luiza Squadri ok

Já se passaram quatro meses e a empresa ainda não conseguiu sacar o dinheiro porque nenhum banco aprova a carta fiança, uma garantia exigida pelo BNDES para 100% do empréstimo.

A CFO da re.green, Ana Luiza Squadri, conta que os comitês de crédito das instituições até se interessam pelo negócio, especialmente quando algum dos importantes sócios apresenta a empresa aos CEOs dos bancos. Mas a pauta quica: ninguém aprova a garantia.

Ana Luiza conta que chegou a receber uma proposta, mas o banco queria 80% de colateral. “Imagina eu deixar 80% do dinheiro parado no banco?”

Um dos problemas, na visão dos bancos, é o fato da re.green ser uma startup cuja receita está alicerçada na venda futura de crédito de carbono. A empresa compra terrenos hoje, refloresta e só então gera o crédito de carbono, algo que pode levar 7 anos.

Recentemente, a maior certificadora de crédito de carbono do mundo, a Verra, pediu correções no projeto da re.green antes de certificar seus créditos.

Mas Ana Luiza diz que não é isso que empaca a aprovação dos bancos, até porque muitos deles são sócios de empresas parecidas com a re.green e sabem como funciona o processo de certificação.

O problema talvez esteja no modelo de financiamento aprovado no BNDES, já que o banco de desenvolvimento usou um produto de prateleira, sem fazer um desenho específico que facilitasse a garantia, por exemplo.

No projeto aprovado pelo BNDES, o plano é comprar 14.802 hectares de áreas degradadas na Mata Atlântica e Amazônia. Em uma área deste tamanho, caberiam mais de 13 mil campos de futebol. Mas os bancos botam pouco valor em terras reflorestadas, e com isso a carta fiança vai ficando cara.

O projeto da re.green foi o primeiro aprovado no âmbito do programa Arco da Restauração, do BNDES, com parte dos recursos oriundos do Fundo do Clima, criado com dinheiro dos royalties do petróleo.

A meta do banco de desenvolvimento é destinar R$ 1 bilhão deste programa para atividades de reflorestamento na Amazônia. Mas nem o primeiro empréstimo está saindo do papel.

O banco não quis falar do assunto com o Brazil Journal e se limitou a enviar uma nota dizendo que está “comprometido a fortalecer os instrumentos de crédito para a agenda de restauração florestal, buscando soluções financeiras para as especificidades do setor.”

Mas essas soluções ainda não apareceram. O próprio BNDES, quando questionado sobre a estrutura das garantias, enviou um link com a descrição de garantias dos empréstimos-padrão da instituição.

“Como a estrutura societária da re.green é recente, não podemos usar as holdings para dar aval e fazer a estrutura de garantia padrão do BNDES de aval mais garantia física,” diz Ana Luiza. “Com isso, me resta apenas a carta fiança.”

Outra dificuldade é que os investidores da re.green são fundos, que tipicamente vedam o estabelecimento de aval. Os atuais sócios são Lanx Capital, Gávea Investimentos, BW (Brasil Warrant), Principia Capital e Dynamo.

Junto com o fundador da startup, Bernardo Strassburg, essas gestoras aportaram R$ 385 milhões na re.green. Outro investidor é Guilherme Leal, um dos fundadores da Natura e fundador da Dengo Chocolates. Guilherme comprou debêntures conversíveis.

“Para viabilizar recursos para o crescimento do setor, não dá para se amparar na capacidade de todos os acionistas das companhias, porque senão vira um esforço contínuo de levantamento de equity e a alavancagem não cumpre o seu propósito,” diz a CFO.

“Se a floresta plantada tem valor, por que ela não pode ser uma garantia? Se um galpão, um pasto degradado pode ser utilizado como uma garantia real, por que uma floresta não poderia ser? Ainda mais com contratos de offtake, que garantem preços e reduzem o risco.”

Atualmente, a re.green já tem 26 mil hectares de terra comprados em regiões desmatadas. Deste total, 12,5 mil são restauráveis. Até agora, a empresa reflorestou 3,435 hectares, mas sua meta é recuperar 1 milhão de hectares, o que demandaria um investimento da ordem de R$ 10 bilhões.

Certamente, em algum momento o BNDES, os bancos e os investidores vão encontrar uma saída para o impasse. Mas, como dizia Cazuza, o tempo não para.

A re.green passou quase dois anos negociando com o BNDES para obter o empréstimo, e já está há quatro meses tentando a carta-fiança. Enquanto isso, o planeta esquenta.

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Os sons da selva – no jazz de Amaro Freitas https://braziljournal.com/os-sons-da-selva-no-jazz-de-amaro-freitas/ Sun, 05 May 2024 02:03:45 +0000 https://braziljournal.com/?p=71716 Quando criança, o jovem Amaro Freitas queria ser baterista. Frequentador de uma igreja evangélica nos arredores do Recife, sua cidade natal, o menino era simplesmente alucinado pelo rataplã dos tambores e os splashs dos pratos. A bateria, no entanto, era o instrumento mais disputado pelos jovens que tocavam no templo – e havia apenas uma. […]

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Quando criança, o jovem Amaro Freitas queria ser baterista. Frequentador de uma igreja evangélica nos arredores do Recife, sua cidade natal, o menino era simplesmente alucinado pelo rataplã dos tambores e os splashs dos pratos.

Amaro Freitas ok

A bateria, no entanto, era o instrumento mais disputado pelos jovens que tocavam no templo – e havia apenas uma. Foi então que o pai de Amaro surgiu com uma opção salvadora: que tal trocar percussão pelas teclas do piano?

Deu certo.

Amaro Freitas, hoje com 32 anos, não apenas é um dos pianistas mais celebrados do jazz atual – aqui e no exterior, diga-se – como desenvolveu um estilo arrojado, no qual combina o jazz com gêneros regionais, como o frevo, e a sonoridade do Oriente Médio.

Y’Y é o quarto lançamento do instrumentista recifense. O disco foi criado a partir do período em que Amaro passou ao lado da tribo Sateré Mawé, no Amazonas. O título, aliás, significa “água” ou “rio” no dialeto local. Mais do que outro gol em sua discografia, é um manifesto pela preservação da região, há tempos castigada por invasões ilegais, desmatamento e a ação dos garimpeiros.

Amaro está longe de ser considerado um instrumentista convencional. Embora possua um toque característico ao piano e crie melodias delicadas, como se pode perceber na canção Gloriosa – uma homenagem a dona Rosália, mãe do pianista –, o recifense sempre se permite ir além do trivial.

Y’Y, por exemplo, tem um piano preparado (piano comum no qual são jogados objetos como moedas e pregos, que criam uma sonoridade diferenciada) e experimentações que trazem os sons da selva para o ambiente de quem escuta o álbum.

Um desses recursos é o ebow, uma espécie de arco utilizado majoritariamente por guitarristas e que se assemelha ao som do violino. Ele se sobressai na canção Uiara, onde soa como um canto dos botos.

Nas entrevistas que deu para divulgar Y’Y, Amaro diz que John Cage (1912-1992) e Naná Vasconcelos (1944-2016) são as influências mais gritantes do disco. O americano se faz presente nos momentos de experimentação do álbum – vide Dança dos Martelos.

Vasconcelos, que em 1973 lançou um disco chamado Amazonas, se faz presente no momento em que o piano de Amaro ganha contornos percussivos ou na busca pelas sonoridades do sertão – caso de Mar de Cirandeiras e Sonho Ancestral, onde o pianista cita Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira (para quem busca uma explicação, a visão de Nordeste de Gonzaga foi assimilada pela percussão de Naná). Já Encantados é um exercício de improvisação de Amaro, amparado por músicos de alta patente como o baterista Hamid Drake, o flautista Shabaka Hutchings e o baixista Aniel Someillan.

Com um jazz que foi do frevo à música árabe, de John Cage aos povos nativos, Amaro deixa o ouvinte ansioso pela próxima viagem sonora do instrumentista pernambucano.

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“Estamos no ponto de inflexão da GenAI,” diz vp da AWS https://braziljournal.com/estamos-no-ponto-de-inflexao-da-genai-diz-vp-da-aws/ Fri, 03 May 2024 13:56:53 +0000 https://braziljournal.com/?p=71682 Em menos de um ano, os recursos de inteligência artificial generativa – ou GenAI, em inglês – deixaram de ser mera experimentação e já vão ganhando escala e impactando os resultados das empresas. “Esse é o ponto de inflexão que estamos vendo ocorrer neste exato momento,” disse Francessca Vasquez, vice-presidente para serviços profissionais da Amazon […]

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Em menos de um ano, os recursos de inteligência artificial generativa – ou GenAI, em inglês – deixaram de ser mera experimentação e já vão ganhando escala e impactando os resultados das empresas.

Francessca Vasquez ok

“Esse é o ponto de inflexão que estamos vendo ocorrer neste exato momento,” disse Francessca Vasquez, vice-presidente para serviços profissionais da Amazon Web Services e líder do Centro de Inovação em IA Generativa da empresa. Ela falou com o Brazil Journal durante uma visita a São Paulo.

Na conversa, a executiva comentou como alguns setores já começam a ser afetados diretamente pelas novas ferramentas de IA e como as companhias estão se preparando para essa transformação. Falou ainda sobre a relevância do investimento de US$ 4 bilhões feito pela Amazon na Anthropic – a concorrente direta da OpenAI.

O avanço da IA contribuiu para o aumento de 13% no faturamento da AWS, a líder mundial nos serviços de nuvem, em 2023. As vendas alcançaram US$ 90,8 bilhões, trazendo um lucro operacional de US$ 24,6 bilhões.

Francessca adiantou ao Brazil Journal uma novidade que será anunciada oficialmente em breve: a AWS terá em operação no Brasil um Centro de Inovação em IA Generativa, o programa da empresa para desenvolver soluções ao lado de seus clientes.

“Ainda não posso dar todos os detalhes, mas é algo para este ano,” afirmou a executiva. “Vamos acelerar o Brasil. Os clientes nos pediram isso.”

A seguir, os principais trechos da entrevista.

Como as aplicações comerciais de IA evoluíram no último ano e o que esperar nos próximos meses?

Há um ano, o que víamos era uma série de empresas fazendo as primeiras experimentações com a IA generativa. Elas estavam construindo chat bots, buscas inteligentes e coisas do tipo.

Agora já vemos organizações que já empregam algum tipo de IA generativa para operar volumes crescentes de ‘carga de trabalho’ (workload).

Esse é o ponto de inflexão que estamos vendo ocorrer neste exato momento. Não se trata mais de projetos ou programas-piloto.

Há aplicações em áreas como a experiência do cliente e gerenciamento de informações. Nos serviços financeiros, vemos o uso efetivo na detecção de fraudes.

Um campo promissor para essas ferramentas é a área de saúde, como na descoberta de medicamentos e análise clínica.

Já há impactos mensuráveis?

Estamos começando a ver alguns resultados.

Uma empresa do setor aéreo, por exemplo, conseguiu um crescimento expressivo de receita apenas com base na melhoria de sua pontuação na avaliação dos clientes medida pelo NPS (Net Promoter Score). A IA generativa ajudou a proporcionar uma experiência personalizada muito mais efetiva para os usuários.

Como as empresas devem se preparar para essa nova era da tecnologia?

Elas precisam entender que nem todos os investimentos em tecnologia feitos nos últimos anos serão jogados fora. É preciso construir a partir do que existe, muitas vezes.

Um ponto inegociável é a segurança de dados. Podemos entender isso também como uso responsável da inteligência artificial.

Pela nossa experiência, empresas com histórico de boa gestão da sua base de dados tendem a ser mais rápidas em obter resultados positivos com a IA em seus negócios. Não conheci até hoje uma grande empresa que não acredite que os dados sejam, ao lado das pessoas, o seu ativo mais importante.

Em nossa plataforma, temos aprimorado os recursos que chamamos de guardrails. Também temos contribuído para ajudar os clientes a desenvolverem suas iniciativas responsáveis ​​de IA.

Isso envolve ter modelos de IA mais precisos, com resultados de qualidade e menos ‘alucinações’ com os dados.

A AWS fez recentemente um investimento expressivo na Anthropic. Qual a importância dele no posicionamento da AWS em relação aos concorrentes?

Temos o nosso modelo base de IA proprietário, o Titan, que estamos desenvolvendo há alguns anos. Mas oferecemos uma série de outros modelos de nossos parceiros.

A Anthropic, que desenvolveu o modelo Claude, é uma entre várias empresas que apoiamos.

Devo dizer que, dos muitos projetos que vimos em nosso centro de inovação em IA generativa, 90% deles foram implantados usando alguma versão do Claude.

Os modelos da Anthropic fornecem níveis aprimorados de segurança. Suportam recursos multimodais, de texto, voz e imagem.

Velocidade é algo muito importante quando você trabalha com grandes quantidades de dados, e os modelos da Anthropic lidam com isso de maneira eficiente, reduzindo a latência.

Portanto, estamos entusiasmados com o nosso investimento de US$ 4 bilhões na companhia.

Mas também oferecemos em nossa plataforma suporte para outros modelos, como o Llama, da Meta, além dos modelos da Mistral, da A21 Labs, da Cohere.

Cada um desses modelos pode ser ajustado e se adaptar a necessidades específicas dos clientes.

Uma das grandes preocupações com relação ao investimento em data centers é o elevado consumo de energia. Como a AWS tem se preparado para que isso não seja um obstáculo? A empresa conseguirá alcançar o objetivo de ser net zero até 2040?

Temos essa meta, que foi antecipada em dez anos em relação ao objetivo original de sermos carbono neutro até 2050, e estamos no caminho de alcançá-la.

Acabamos de anunciar uma parceria com uma usina nuclear e continuamos adicionando fontes de energia limpa à nossa infraestrutura global.

A propósito, esse investimento em redução da pegada de carbono é algo que também ajuda reduzir os custos dos data centers.

A disponibilidade de chips mais avançados para os sistemas de IA generativa vinha sendo um gargalo. A oferta já se equilibrou?

Tivemos sim restrições, particularmente em GPUs (unidades de processamento gráfico). A oferta estava muito apertada, mas agora já houve uma melhora.

As cargas de trabalho ainda estão concentradas em treinamento de IA. Quando tivermos mais carga em inferência (a aplicação dos modelos de IA na produção de resultados) aí precisaremos de fato ficar atentos.

Desenvolvemos os nossos próprios chips e mantemos parcerias com grandes fornecedores, entre eles a Nvidia. Estamos trabalhando com eles na construção de um dos maiores supercomputadores do mundo.

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Duplo upgrade no Santander Brasil: Bradesco vê ROE voltando a 17,5% https://braziljournal.com/duplo-upgrade-no-santander-brasil-bradesco-ve-roe-voltando-a-175/ Fri, 03 May 2024 13:56:16 +0000 https://braziljournal.com/?p=71697 O Bradesco BBI deu um duplo upgrade no Santander Brasil, elevando a recomendação para o banco direto de ‘venda’ para ‘compra’. Os analistas dizem que as perspectivas de lucratividade têm melhorado para o Santander Brasil, e que o banco está negociando a um valuation “atrativo.” “O Santander Brasil executou uma limpeza de seu balanço, dolorosa […]

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O Bradesco BBI deu um duplo upgrade no Santander Brasil, elevando a recomendação para o banco direto de ‘venda’ para ‘compra’.

Os analistas dizem que as perspectivas de lucratividade têm melhorado para o Santander Brasil, e que o banco está negociando a um valuation “atrativo.”

“O Santander Brasil executou uma limpeza de seu balanço, dolorosa mas necessária, em 2022 e 2023, reduzindo drasticamente o crescimento da carteira para melhorar a qualidade dos ativos,” escreveu o Bradesco.

“Já temos visto sinais de que essa estratégia está dando resultado, já que o banco reportou uma melhora significativa na lucratividade no primeiro trimestre.”

No primeiro trimestre, o Santander já reportou um ROE de 14,1%, em comparação aos 10,4% do quarto trimestre do ano passado.

Para frente, o Bradesco disse que o Santander Brasil deve se beneficiar de um crescimento mais rápido da carteira de crédito, um mix melhor, maiores ganhos com trading e um menor cost of risk.

O Bradesco elevou suas estimativas para o lucro do Santander Brasil em 5,8% para R$ 14 bilhões este ano, e em 8% para o ano que vem, para R$ 16,9 bilhões. As duas projeções estão 8,8% e 6,7% acima do consenso Bloomberg, respectivamente.

Com as revisões, o Bradesco agora espera que o Santander Brasil faça um ROE de 16% este ano e de 17,5% no ano que vem, bem acima da média de 11,9% dos últimos seis trimestres.

O Bradesco disse que vê o Santander Brasil negociando a 1,2x book e a 7,7x o lucro estimado para este ano, com descontos de 20% e 22% em relação à média histórica.

Para os analistas, o justo seriam múltiplos de 1,5x book e 9,8x lucro.

O Bradesco elevou o preço-alvo para o concorrente de R$ 32 para R$ 38, um upside potencial de 28% em relação ao fechamento de ontem. Hoje, o papel abriu em alta de 1,7%, com o Santander Brasil valendo R$ 113 bilhões.

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